Assembleia dos Xucurus de Ororubá é realizada em Pesqueira

maio 20, 2018 Grupo Roma Conteúdos 0 Comentários


Fotos: Romero Moraes/ Jéssica Lira/ Mais Pajeú

Aconteceu nesta semana em Pesqueira, a Assembleia dos Xucurus de Ororubá. O evento contou com a vista de centenas de pessoas e o blog Arcoverde 24 horas este no local cobrindo o evento. Confira um pouco da história dos Xukurus:

História

Os Xucuru são um grupo indígena brasileiro que habita a serra do Ororubá, no município de Pesqueira, estado de Pernambuco. Autodenominam-se Xucuru do Ororubá, para distinguir-se do povo Xucuru-Cariri de Alagoas.

O município de Pesqueira tem suas origens no aldeamento do povo Xucuru, promovido pelos padres da Congregação do Oratório de São Felipe de Néri, a partir de 1661. O aldeamento também era local de criação de gado pelos missionários, que utilizavam mão de obra indígena. Com a aplicação do Diretório dos Índios (1757) do Marquês de Pombal, o aldeamento foi elevado à categoria de vila, a Vila de Cimbres em 1762. Em 1880, Cimbres passa a ser distrito do município de Pesqueira.

Ao longo do tempo, a terra onde viviam os indígenas foi sendo ocupada por arrendatários, que expulsavam os índios. Em 1850, após a promulgação da Lei de Terras, as autoridades locais pediram ao governo da Província o fim do aldeamento, alegando que os índios já eram caboclos. Em 1879, o aldeamento foi extinto oficialmente. Os indígenas se dispersaram, buscando outros ex-aldeamentos, a periferia das cidades ou refugiaram-se em locais de difícil acesso. Alguns ainda permaneceram em suas primitivas terras, trabalhando para os fazendeiros que detiveram a posse. Apesar do fim do aldeamento, os índios Xucuru mantiveram a prática de seus cultos religiosos ainda que proibidos.

Com a criação do Serviço de Proteção ao Índio, e a instalação de um posto em 1954 na Serra do Ororubá, os xucurus buscaram o seu reconhecimento pelo Estado. Mas, os conflitos com os fazendeiros e posseiros perdurava, pois a política do órgão indigenista era assegurar aos índios pequenas áreas de terras, cercadas por não-índios.

Após a promulgação da Constituição de 1988, que reconheceu aos índios o direito ao usufruto da terra tradicionalmente ocupada por estes povos, os xucurus liderados pelo cacique Chicão, reorganizaram-se em torno da reconquista da terra. Porém provavelmente a mando de fazendeiros descontentes com a luta para a demarcação de terras. Um homem não identificado, assassinou o cacique Chicão no dia 20 de maio de 1998.

Hoje, na Serra do Ororubá os índios Xukuru vivem, em 24 aldeias, com uma população de 9.000 índios, segundo dados da Fundação Nacional de Saúde de 2006. A terra indígena, homologada em 2001, ocupa uma área de 27.555 hectares, dos quais 103.162 estão no município de Pesqueira e 21.118 estão no município de Poção (Pernambuco). Os índios desenvolvem atividades agrícolas e bordados tipo renascença. Além disto, no núcleo urbano de Pesqueira, habitam aproximadamente 200 famílias indígenas, sobretudo no bairro Xukurus.

Principais crenças

A religião dos Xucuru hoje é um sincretismo entre as práticas e crenças de seus antepassados, e a religião católica. O deus Tupã e a deusa Tamain foram sincretizados com o deus cristão, e com N. Sra. das Montanhas. Em seus cânticos eles gritão “Viva Tamain, Pai Tupã e o Cacique Xicão”. A festa de Tamain tem uma participação maior de pessoas, e ela é invocada como protetora dos xukurus e de Cimbres.

O maior laço que une a tribo, até mais importante do que o parentesco, que acabou por se transformar em símbolo da resistência dos índios do Nordeste, é o ritual do tore. Este transcende a questão de passado, presente e futuro, porque nesse campo entidades como pajés e caciques que já foram plantados [faleceram] estão presentes e ganham corporeidade, seja pelo canto, seja na fala. O simbolismo do ritual e o respeito dispensado a ele – ensinados de pai para filho – são questões sagradas entre os xucurus. No entanto, na prática, os cânticos da igreja são incorporados ao toré, que é dançado dentro da igreja.

Sobre a morte, segue uma transcrição do lamento de dona Lica e em seguida da esposa do cacique Xicão, quando de sua morte: “Natureza sagrada chorou e gemeu porque tinha perdido seu filho”. “Ele não vai ser enterrado, ele não vai ser sepultado. Ele vai ser encantado, para que dele nasça novos guerreiros minha mãe natureza!”.

Festas importantes

Acompanhando o calendário festivo em Cimbres, dos santos católicos romanos:

1. É festejado em junho: São João, chamado Caô pelos Xukuru.

2. 2 de julho: N. Sra. das Montanhas, denominada Mãe Tamain.

3. Em setembro: S. Miguel

4. Também rezam o Terço, promovem novenas, e viajam a Juazeiro do Norte/CE para as celebrações que lembram o Pe. Cícero. (UNICAP)






















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